Mato Grosso sob intervenção federal


 
   
Nomeado interventor com o fim do movimento político que resultou na renúncia de Caetano de Albuquerque e de todos os deputados estaduais, toma posse no dia 9 de f
evereiro de 1917, em Cuiabá, com um secretariado completamente estranho às dissenções políticas da terra, Camilo Soares de Moura.

Nascido em 29 de outubro de 1869, em Ubá (MG), foram seus pais o coronel Camilo Soares de Moura e dona Amélia Peixoto Soares. Bacharel em Direito, foi promotor na comarca de Ponte Nova, onde exerceu também os cargos de juiz municipal e de prefeito, tendo ainda ocupado a judicatura em Bambui e Manhuassu.

Representou o Estado de Minas como deputado estadual e federal. Deixando a prefeitura de Caxambu passou a exercer a direção geral dos Correios e ministro do Tribunal de Contas.
 
Sobre seu exíguo período de governo, Estevão de Mendonça dá o seguinte testemunho:


Tomando as rédeas do governo logo após uma luta armada, o interventor federal veio encontrar o Estado à beira da anarquia e a sua autoridade impediu a permanência de tal situação. Se o dr. Camilo Soares como administrador não deixou de si provas de atilamento, outro tanto não se pode dizer quanto à sua orientação política. Apercebendo-se da gravidade do momento, e colocado entre dois grupos de partidários exagerados, em luta aberta de posições, o interventor procurou solucionar o conflito sem deixar que um exercesse supremacia sobre o outro. 


Tendo deixado o governo em 13 de agosto para atender notificação judicial no Rio de Janeiro, Camilo Soares retornou a Cuiabá a tempo de dar posse ao bispo Dom Aquino Correa, em 21 de janeiro de 1918. Em sua ausência foi substituído pelo general Cipriano Ferreira, a quem coube comandar o processo eleitoral para escolha dos cargos no executivo e legislativo do Estado.



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 86

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