II guerra: japoneses de CG não reconhecem derrota
Passados cinco anos do final da II guerra, muitos japoneses de Campo Grande a exemplo de seus patrícios de São Paulo, não convencidos com o resultado adverso, envolveram-se em verdadeiros conflitos ideológicos com outros setores da colônia.
Em São Paulo, chegou a haver assassinatos perpetrados por nacionalistas radicais,ligados à Shindo Renmei que além de não aceitarem a derrota, ainda consideravam traidores aqueles que se resignavam diante do fato consumado. Em Campo Grande a ação desses grupos não passou de algumas ameaças.
Guenka Kokichi, líder da colônia okinawana, ajuda a apaziguar seus conterrâneos, fazendo circular entre eles, em 31 de janeiro de 1950, a seguinte manifestação impressa:
Em São Paulo, chegou a haver assassinatos perpetrados por nacionalistas radicais,ligados à Shindo Renmei que além de não aceitarem a derrota, ainda consideravam traidores aqueles que se resignavam diante do fato consumado. Em Campo Grande a ação desses grupos não passou de algumas ameaças.
Guenka Kokichi, líder da colônia okinawana, ajuda a apaziguar seus conterrâneos, fazendo circular entre eles, em 31 de janeiro de 1950, a seguinte manifestação impressa:
Muito embora desejássemos, ardentemente, nós todos, membros da colônia japonesa, a vitória do Japão, nesta última guerra, diversa foi, no entanto a realidade para aquele país, o qual assiste a maior derrota assinalada em toda a sua história. Se entretanto a história se repete através do tempo e espaço, não constitui tal fato uma novidade na marcha da civilização. Resta-nos, então, agradecer, não só aqueles heróis que participaram ativamente da guerra, como a seus irmãos, pais, filhos e esposas, que também lutaram com corpo e alma convictos da vitória de sua pátria. Nada mais desolador e lamentável que um país assolado pela guerra.
Discordamos assim com o gesto de alguns elementos da colônia japonesa que ainda não quiseram reconhecer esta autêntica situação que ora atravessa o Japão, apesar das notícias fidedignas dos visitantes daquele país e, como consequência disso não atingiu a mesma colônia aqui radicada a completa fase de entendimento e mútuo auxílio. Embora modesto o meu apoio, sou um dos que com maior ardor almeja plena harmonia de nossa colônia.
FONTE: Guenka Kokichi, Um japonês em Mato Grosso, edição do autor, São Paulo, 1958, página 147.
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